Friday 5 December 2008

STEREOBOX - 02/12/2008 - VIDA URGENTE

Terça-feira, dia 2 de dezembro de 2008, lançamento do cd Vida Urgente In Concert no Teatro Bourbon Country em Porto Alegre. Uma causa justa, o objetivo de alertar os jovens para a vida, de disseminar a idéia de que alcool e direção não combinam. Praticamente todas as grandes bandas do poprock gaúcho estavam presentes. Fomos convidados em função da música Os Anjos estar no cd, por escolha dos membros da fundação. A Stereobox nunca tinha tocado num teatro com a estrutura do Bourbon. Nunca tinha tocado por uma causa tão nobre. A música que foi para o disco fala da perda, de uma perda que não tem reparação. Uma das frases diz "quando tudo escurecer, eu invento um sol pra te dar, pra distância nunca mais ser, tão longe..." Ensaiamos duas vezes, levamos o Rodrigo Pareja para tocar guitarra, o Iko queria somente cantar. O Caio tocou bateria, o Jorge Dorfman baixo e eu, Inchauspe, toquei guitarras. Entramos no palco depois da apresentação do Nitro Di, que foi muito bacana, quem abriu o nosso bloco foi o Nenhum de Nós, na sequencia foi o Wander Wildner e depois o Nitro Di.
Entrar no palco com o objetivo de cumprir um compromisso e sair dali com a duvida, quase certeza de que a Stereobox deveria voltar, foi emocionante. Começamos com Um Dia Sem Você, já no primeiro riff as pessoas reagiram muito bem e começaram a cantar, na segunda musica Adorável Ladra cantaram mais alto e pra finalizar, Os Anjos, a musica que está no cd, foi maravilhoso.
Saímos do palco sem conseguir falar. Para uma banda que não esta tocando em rádios, que não circula na mídia e que simplesmente nem existindo estava, ficou a sensação de que nunca havia parado. Ficamos uns 20 minutos sem falar sobre. Foi muito forte, muito profundo e emocionante. Eu toquei Os Anjos com os olhos cheios d´agua, me transportando aos tempos que convivi com a pessoa que se foi e que recebeu essa declaração por música. Fiquei muito emocionado, fazia muito tempo que eu não sentia isso tocando. Foi mágico.
STEREOBOX - 02/12/2008 - TEATRO DO BOURBON COUNTRY - PORTO ALEGRE

Saturday 15 November 2008

TEM CADA UMA QUE PARECE DUAS...

Nesse ano eu decidi que voltaria pra faculdade pra terminar o meu curso de jornalismo. Lá fui eu tentar transferência pra estudar na PUCRS, feito!!!
Acontece que eu não sei se é um lance de idade mesmo mas tenho ouvido e visto absurdos em sala de aula dos colegas. É muita gente sem noção e sem a menor percepção do que se faz numa universidade. Esses dias num trabalho de Comunicação Comunitária, a parada era a seguinte, montar um movimento social, ok? Muito bem, alguns se puxando, outros levando de qualquer jeito. Fiquei na sala para ver as apresentações dos trabalhos, lá pelas tantas um grupo de meninas me apresenta um vídeo do trabalho que elas tinham feito, sabe o que era?
Elas foram na vila gaúcha pra gravar com uma câmera de video o dia de ação social, que uma empresa dessas do "Quanto Vale ou É Por Quilo" estava promovendo. Sabe o que era a ação? Bolas de futebol para todos os meninos e bonecas para todas as meninas. E elas, universitárias achando o máximo que jogavam balas e doces para as crianças carentes. Sim!!! jogavam, essa é a palavra. Lembrei em algum momento do Ilha das Flores, mas mantive minha indignação ali, guardada, afinal eu não era o professor e muito menos o pai delas. Lamentável, pero real.
Era isso...

Tuesday 26 August 2008

THE LONG AND WINDING ROAD...ACHEI ESSE TEXTO NO BLOG DA STEREO...COLOQUEI AQUI...

Sim, é uma looonga estrada a ser percorrida por quem acredita em alguma coisa. Conheci o IQO ainda no segundo grau. Tínhamos inúmeras afinidades musicais, manias e estávamos sempre no time de futebol de quem não jogava nada, ou seja, os excluídos da turma. O colégio era o Protásio Alves. Ali, nos intervalos, dividimos alegrias, angustias, cigarros, cafés e boas gargalhadas. Acreditávamos em algo, a música, ambos.O IQO nessa época tinha uma banda chamada Intolerantes, e eu, bem, eu tinha somente a vontade de tocar, porque eu não sabia nada de música, apenas gostava muito. O tempo foi passando, montamos nossa primeira banda juntos, a Deuses Daqui, com uma imensa vontade de mudar o mundo, ainda que o que fosse o mundo do nosso quarto, mas era a inocência aliada a doce ignorância do mundo do mainstream da música. Tá certo, éramos meninos de certa forma, mas tínhamos esse objetivo, tocar e mudar as coisas. Ensaiávamos no estúdio do Leviatan, uma banda pioneira do som pesado em Porto Alegre. Era hilário. A gente chegava e o dono do estúdio, o Flávio, ficava lendo dentro do estúdio enquanto a gente tentava tocar. Ele fazia isso pra cuidar os equipamentos, acredite se quiser.Bom, depois a gente foi tocando com outras pessoas, passando por várias fases e absorvendo milhares de influencias e inevitavelmente, perdendo a inocência.Muito tempo depois, mas muito tempo mesmo, voltamos a tocar juntos. Com uma nova visão do contexto onde estávamos inseridos, e montamos a Gravidade Zero, banda que logo em seguida se transformou na Stereobox. Foram para o RJ e eu fui fazer outra coisa, que também gosto muito. Radio, e em outra cidade.Passaram-se alguns anos, gravaram em um dos melhores estúdios do Brasil, o AR e voltaram pra Porto Alegre. Nos reencontramos, gravaram o segundo disco. Passaram por momentos complicados, com musicas praticamente estouradas na radio e nenhum show acontecendo. Entraram e crise, também, quem não entraria.Reencontrei o IQO e depois de muita conversa sobre as possibilidades, acabei retornando ao trabalho, infelizmente alguns não estavam mais juntos e montamos uma nova Stereobox.Agora, estamos começando bem ali, naquele momento depois do meio e bem longe do fim, sabe? Onde se tem um reconhecimento mas as aberturas ainda estão distantes, porque se ficou muito tempo sem apresentar nada que realmente estivesse em andamento. Enfim, estamos de novo correndo atrás daquilo que já tivemos, correndo atrás do nosso lugar, que está ali, nos esperando.Gravadoras? Não não, estamos gravando tudo novo para disponibilizar pelo site, onde estaremos direcionando todas as forças.No mais, muita história pra contar e bons amigos no meio do caminho. Importante dizer que uma das peças importantes para a organização da casa foi a entrada do Caio no projeto. Temos ainda o Jorge Dorfmann no baixo.O resto, bem o resto é historia e lembranças...

Friday 15 August 2008

POR AQUI SEMPRE É BOM...

Aqui na fronteira sempre é bom...as mesmas pessoas, o mesmo ar...os mesmos costumes...quase o mesmo mate. Rivera crescendo com os seus free-shops, roupas com preços bons, muita gente na rua.
Aqui onde eu to agora é tranquilinho...saio a caminhar na noite com toda a calma do mundo. Frio fez pouco até agora e acho que nem vai fazer mais...mas é tri bom vir pra cá. É bom caminhar por aqui...comer panchos, tomar café...acordar tarde, dormir tarde, ouvir o sotaque das pessoas...

Sunday 20 July 2008

Bricadeiras...

Eu sempre paguei um preço meio alto por dizer aquilo que penso. E eu digo mesmo, as vezes até me arrependo. Esses dias no ar, no cafezinho, eu falei que a Dercy Goncalves já devia ter ido...obvio que quem me conhece sabe que eu tava brincando. Talvez aí esteja meu erro!!! As pessoas não me conhecem como pessoa e sim como um apresentador de programa de fm. Daí é que a coisa fica complicada.
Brincadeiras à parte, lá se foi a Dercy. Com seus palavrões e a carga de uma vida meio maluca dedicada ao humor. Bem verdade que ultimamente tava russo...mas tambem...com 121 anos...
Muitas pessoas ficaram surpresas com a única certeza que temos nessa vida: a morte.
Mas enquanto isso, viva a vida!!
Beijo Dercy!

Tuesday 15 July 2008

VOLTANDO!!

Faz tempo que eu não posto nada por aqui. Mas tenho novidades!!!
Meu pequeno Arthur, uma figurinha, com dois meses recem completos, chegou no dia 3 de maio. Espetacular!!!
O João Pedro me surpreende todos os dias com as descobertas que faz sobre o mundo...enfim, crianças são anjos.
Muito trabalho, produção de um disco que vai ficar realmente muito bacana, galera da Mandala tá sendo uma belíssima surpresa!!
Descobri também um uruguaio que faz um som muito bacana, me bateu na hora, direto. Martín Buscaglia, o Arthur me apresentou...fui ouvindo e literalmente chapando.
Musica, muita musica. Madrugadas na Tec Audio trabalhando com o Glauco, baita figura, baita profissional.
Radio, bastante radio.
Vivo, sim vivo!!
Beijo nos mano e abraço nas mina!!

Friday 11 April 2008

O Centro....

Esses dias eu tava caminhando pelo centro de Porto Alegre e observando as incontáveis e prováveis histórias que caminham por ali. Os predios velhos em péssimo estado de conservação, o cheiro que se perde em meio ao tráfego e a fumaça. Barulho, muito barulho. Odores dos mais variados. Gritos de vendedores ambulantes, camelôs e o pessoal da pirataria. A fauna maluca da voluntarios, mulheres e homens com olhares num horizonte longínquo. Carros, sim muitos carros e ônibus que se atrapalham nas esquinas, cruzamentos e faixas de segurança.
É o centro, com suas particularidades, o mercado publico, a praça da alfândega, o muro da Mauá, a Andradas e tudo mais... Lembro que eu gostava desse lugar,m as isso foi ha muito tempo atrás.
Hoje, definitivamente, não gosto.

Thursday 6 March 2008

RODOLFO NÃO TINHA EXPLICAÇÃO...

Rodolfo era um cara legal. Tranqüilo nas relações pessoais e atento ao comportamento humano. Muitas vezes ríspido, pois não tinha muita paciência com coisas que não eram realmente importantes no seu universo. Casado, pai de dois filhos, quase 40 anos e uma vida cheia de histórias pra contar. Muitas vezes tranqüilo, mas na maioria delas, estressado. Tinha uma bela relação com as artes, adorava cinema e tinha poucos amigos. Mas os poucos eram amigos de verdade. Rodolfo tinha uma capacidade incrível de discernimento quando fazia amizades.
Mas descrevi o cara pra contar o que aconteceu com ele, que foi sem dúvida uma das coisas mais incríveis e inexplicáveis que eu conheço.
Rodolfo tinha uma sobrinha de 20 anos, que ele viu nascer e tinha o maior apreço por ela. Ela, já mulher, tinha coisas que o Rodolfo se identificava como a música, a forma de vestir e as atitudes. A menina era rock.
Nascida no interior e morando ainda por lá, ela veio para a capital para assistir a um show internacional que o Rodolfo, inclusive, a levou. Tudo tranqüilo, a banda fez parte da adolescência musical de Rodolfo, ele tinha haver com aquilo e foi ao show com o maior prazer. Ela tinha longos cabelos vermelhos. Usava preto. Pulseiras, botas, correntes e piercings, adolescente, inteligente e querida. Mas isso só pra descrever a guria, que era parente do Rodolfo.
Foram ao show. Tudo certo. Ela estava hospedada na casa do Rodolfo e ficaria uns dias, visto que a viagem de volta era longa.
Dois dias depois, a sobrinha já tinha partido e Rodolfo apaixonado por sua mulher, chega em casa cheio de afeto e tesão, aquelas coisas que a gente conhece, e investiu na felicidade de um momento a dois. Maravilha, tudo rolando bem até o momento em que a senhora do Rodolfo, numa excitação total, descobriu um longo fio de cabelo na região pubiana do marido. Estava escuro, ela ascendeu a luz e constatou que o fio era longo e vermelho. Ela tinha cabelos castanhos e curtos. Criou-se o clima mais estranho dos últimos anos naquele momento. Ela furiosa, porque imediatamente já havia feito todas as associações possíveis, pergunta para o marido, mais surpreso do que ela, o que era aquilo? Mas no maior tom de intimação, já com uma expressão de horror, por pensar na possibilidade do Rodolfo ter se envolvido com a sobrinha. Rodolfo, surpreso, mas ao mesmo tempo tranqüilo respondeu sem pestanejar: Não sei. E um breve diálogo se travou.
Mulher – Não acredito no que eu to pensando!
Rodolfo – Olha, seja lá o que for não é!
Mulher – Mas é a nossa sobrinha!
Rodolfo – Mas tu pensa que eu sou maluco?
Mulher – Eu te mato!
Rodolfo – Por favor! Não fale isso!
Mulher – Me explica esse fio enrolado no teu p...!
Rodolfo – Já disse, não sei!
Mulher – Sei...
Rodolfo – Então me explica!

E imediatamente todo o tesão foi por água abaixo. Rodolfo ali pensativo sobre o lance, ela virada para o outro lado sem dizer uma palavra. E assim a noite acabou.
Mas Rodolfo não deixou a coisa desse jeito, argumentou que talvez esse fio de cabelo tivesse ficado em alguma toalha, em alguma parte da casa e que possa ter sido transportado sobrenaturalmente até suas roupas. Sim ele havia ficado sozinho com a sobrinha em casa, porque imediatamente no dia seguinte ele havia passado mal e não tinha ido ao trabalho. Mas isso não significava nada. Porque não existia a menor possibilidade de isso acontecer dentro da cabeça dele. Rodolfo tinha princípios, isso era tudo.
E assim essa historia ficou, ele tranqüilo e ela com uma pequena pulga atrás da orelha. Mas preferiu confiar no marido, afinal de contas, estavam juntos há muito tempo.

Sunday 2 March 2008

ESQUECI QUEM EU ERA!!!!


Tava aqui, revendo fotos, lembrando de alguns momentos da minha vida. Lembrando de algumas pessoas que eu nunca mais vi. Lembrando de várias coisas que eu gostava de fazer. Pensando nas risadas e nas coisas engraçadas que eu vivi. Ordenando a memoria, tomando um chimarrão, comecei a me dar conta de que eu estava esquecendo quem eu realmente era. Sim!! Porque depois de tantas outras preocupações, tantos outros pseudo-motivos que entortaram meus objetivos, eu "era". Lembrei de quanta energia eu já direcionei para as coisas que eu não queria, e elas, por receberem essa potente carga de pensamento, aconteceram.
Lembrei que faz algum tempo que eu não escuto musica como um amante. Que muito tempo eu não toco como um músico, o que eu realmente sou. Que eu perdi o encanto - ou melhor, guardei em algum lugar- e agora preciso dele novamente. Porque isso me manteve vivo. Isso me levou muito mais longe do que qualquer outra possibilidade. Isso, a musica. A condição de poder realmente tocar um instrumento, sentir o poder da melodia e das harmonias, viajar no ritmo. Isso antigamente me deixava totalmente em outro mundo. E nesse mundo eu nunca mais estive. Quero voltar.

Tuesday 19 February 2008

QUE MERDA DE NECESSIDADE...

Eu tava pensando na forma como as pessoas de classe media-alta utilizam as gírias no seu dia-dia. Fiquei analisando várias delas, como por exemplo: “é nóis que ta”; “se liga mano”; “é nóis na fita”... essas que a gente escuta diariamente pelos diálogos normais. Me pergunto se os caras que usam isso, que tem a sua vida de classe media-alta traquila e estabilizada, tem alguma noção do que elas realmente significam. Se em nenhum momento da vida deles passaram por um terço do que passam os manos, que correm com lágrimas nos olhos, que matam uma boiada pra se manterem vivos, que passam serias dificuldades e que falam desse jeito porque realmente não tem nenhuma noção de construção de frases e de concatenação de idéias, ainda que assim mesmo consigam se comunicar. Que merda de necessidade essas pessoas que desconhecem essa realidade, sentem de se utilizar dessa linguagem e/ou dialeto para se comunicar e de certa forma até influenciar jovens e adolescentes? Que merda de necessidade de querer ser mano, quando estudaram a vida inteira em colégios particulares e seus pais os buscavam de carro na escola? Que merda de necessidade de querer parecer ser um cara comum, quando na verdade essas pessoas nunca andaram em um coletivo na hora do rush ou mesmo em dia de passe livre, que não sabem o valor de coisas extremamente simples no cotidiano, Caras que andam de nariz empinado, usando grifes e se dizendo manos... Dificil de entender e mais difícil ainda de acreditar que ninguém diz isso pra eles.