Saturday 15 November 2008

TEM CADA UMA QUE PARECE DUAS...

Nesse ano eu decidi que voltaria pra faculdade pra terminar o meu curso de jornalismo. Lá fui eu tentar transferência pra estudar na PUCRS, feito!!!
Acontece que eu não sei se é um lance de idade mesmo mas tenho ouvido e visto absurdos em sala de aula dos colegas. É muita gente sem noção e sem a menor percepção do que se faz numa universidade. Esses dias num trabalho de Comunicação Comunitária, a parada era a seguinte, montar um movimento social, ok? Muito bem, alguns se puxando, outros levando de qualquer jeito. Fiquei na sala para ver as apresentações dos trabalhos, lá pelas tantas um grupo de meninas me apresenta um vídeo do trabalho que elas tinham feito, sabe o que era?
Elas foram na vila gaúcha pra gravar com uma câmera de video o dia de ação social, que uma empresa dessas do "Quanto Vale ou É Por Quilo" estava promovendo. Sabe o que era a ação? Bolas de futebol para todos os meninos e bonecas para todas as meninas. E elas, universitárias achando o máximo que jogavam balas e doces para as crianças carentes. Sim!!! jogavam, essa é a palavra. Lembrei em algum momento do Ilha das Flores, mas mantive minha indignação ali, guardada, afinal eu não era o professor e muito menos o pai delas. Lamentável, pero real.
Era isso...

4 comments:

Dêêê said...

eu não sei se estou mais impressionada com a história ou com o fato de tu ter voltado pra facul e eu não ficar sabendo.

Eu me reconheci muito nesse teu post e na semana passada, com o curso da Guaíba.
É uma coisa da nossa geração, que recebe tudo pronto na internet..
Semana passada eu vi que poderia (e deveria) fazer mais por mim e pelo mundo, se quisesse continuar nessa profissão..
Como saber que outras pessoas vão depender de mim, mesmo que para isso eu não apereça na tv.
por mim valeu a pena.. agora tem que ver o que vai acontecer para esses teus colegas..

Só lamento pelo resto.... esse é o nosso jornalismo..

Bju pra tu.

Anonymous said...

Sabe o que penso sobre isso?

Não tenho dúvida que essas meninas acreditavam que estavam fazendo sua boa ação do dia.
No fundo todo mundo está certo, dentro do seu ponto de vista e da sua realidade.
Realmente existem pessoas que vêem um pouco além e as que ainda não tiveram esse privilégio, se assim não fosse o mundo não estaria como está.
Acredito que o interessante dessa história toda é ver as pessoas não como fúteis ou ignorantes, elas só são assim olhando de fora. Tentar entender a realidade das patricinhas tbm é um bom exercício, além de conseguirmos entender muitas das razões para o mundo ser como é.

Não querendo proteger ninguém claro.
(E Não, não sou patricinha rs)


Encontrei alguns blogs bem interessantes hoje, e o teu é um deles.
Bem bacana :)

Marcos de Lima Goulart said...

É aquela velha política romana do pão e Ciro: Enquanto tiver pão e diversão(lutas de gladiadores) para o povo, temos o poder. Quem tá do lado de fora do andar de baixo sempre encara as coisas de uma forma nada a ver, e geralmente vai da solidariedade ao assistencialismo, fazendo a sua parte (de modo parco) e era isso.

Uma criança não precisa só de brinquedos para viver como humano. Elas crescem, e devem ser preparadas para tal. Devem ir ao teatro, devem ir ao cinema, não ficar só na novelinha das oito.

Apoio legítimo, aquele feito de boa vontade, é o que toda criança precisa. Para ser criança, sim. Mas para ser futuro, também.

KOHN, A. M. said...

Belo post, pelo menos é bom saber que ainda tem gente que se indigna com isso.
Trata-se de muito apelo à prática desenfreada sem parar um minuto na teoria (a qual muitas vezes nem existe). Dá nisso.
Por isso a reflexão tem uma papel muito importante.
Um abraço.